Janete Vomeri
Neste ano Valença completa
164 anos de emancipação política. De lá para cá a cidade transformou-se,
cresceu populacional, social, política, cultural, educacional e economicamente.
Poucas coisas ainda nos remetem há aquele tempo! Parte desta comemoração hoje
está guardada na lembrança daqueles que fizeram, fazem e farão a história deste
município, que também comemoram cento e sessenta e quatro anos de nascimento,
viram a evolução de Valença muitos pelas escolas de seus antepassados, outros
ainda por viverem tempos áureos da Valença que sonhamos.
Falar de História pode ser também falar do
passado, muitas das vezes distantes, porém refletidos nos prédios, casarões,
ruas e vielas, nas famílias e suas histórias, nos mobiliários de prédios
históricos e nos registros através de documentos encontrados, mas tudo isso não
só faz à história de um povo, de uma região ou de uma cidade, os relatos orais
são também forte reflexos da história deste povo.
Reportando
ao nome Valença, a denominação fora dada em homenagem ao D. Afonso Miguel de
Portugal e Castro, 4º Marques de Valença, governador da Bahia entre os anos de
1779-1783, tal honraria foi dada como sugestão do ouvidor da Comarca de Ilhéus,
Baltazar da Silva Lisboa.( OLIVEIRA, 1985)
Hoje, a cidade de Valença tem suas bases
econômicas na agricultura, na pesca, no comércio, no turismo e na indústria.
Apesar do grande potencial turístico dessa cidade, esta atividade ainda é pouco
desenvolvida. O acervo de atrativos é pouco conhecido, tanto pela comunidade
local, quanto pelos órgãos oficiais de fomento à atividade turística do estado
e do país. Tais atrativos são de natureza histórica, cultural e natural, tendo
sido, até o momento, objetos de poucos estudos.
A cidade de Valença do século XXI nasce de
aldeamentos indígenas aimorés (butocudos), guerens, tapuias e seus
arquiinimigos tupinambás, mais amistosos e os primeiros a terem contatos com os
colonizadores portugueses.
Segundo Oliveira ( 2006) a cidade tem como
inicio nas margens do Rio Una, nas proximidades da cachoeira chamada desde
tempos áureos de cachoeira do Amparo, próxima ao centro da cidade, atualmente conhecida
como cachoeira da CVI( Companhia Valença Industrial).
São mais de 400 anos de colonização, por
volta de 200 anos de implantação de Vila e 164 anos que se tornou cidade. São
muitas histórias e causos desta cidade, que tanto tens para nos presentear.
Passear por seu vasto litoral, estuário do
rio una, observando o vai e vem dos barcos produzidos nos estaleiros a beira do
rio, tudo isso, nos faz viajar, buscar registros da história.
A cidade de traços coloniais, barrocos e
neoclássicos no seu silêncio sepulcral das noites e no burburinho do dia,
apresentam aos que procuram conhecer suas belezas, um infindável patrimônio
material, imaterial e natural, de
casarões seculares, a manifestações típicas locais, das belas paisagens
costeiras, praias, serras, cachoeiras e corredeiras rendem a Valença um acervo
de bens culturais inexorável.
Tem muito para saber de sua história, é
possível conhece e redescobrir a Valença mencionada pelos poetas, escritores e
contadores de histórias mirabolantes desta terra, ao percorremos suas ruas,
registro de sua imponência do período imperial. De uma Valença de Barões, Comendadores
e Marechais, mas principalmente de Josés e Marias, operários e operarias, que
na labuta diária, ao tocar do apito, levantava-se as 4:00h da manhã, saiam
próximo das 5 da manha, para mais um dia
de trabalho e garantia do pão na mesa.
São 164 anos de cidade, mas são centenas de
anos de conquistas diárias dos anônimos, estes verdadeiramente fizeram, viveram
e morreram por este lugar. Comemorar 164 anos é festejar o povo, seu patrimônio
maior.