domingo, 25 de outubro de 2015

O CORTEJO E A LAVAGEM DO AMPARO: PELA PATRIMONIALIZAÇÃO DA FESTA

A lavagem da Igreja de Nossa Senhora do Amparo  de Valença- Bahia  tem mais de 200 anos de tradição iniciada pelos operários da Fabrica Nossa Senhora do Amparo – conhecida atualmente como Fabrica CVI.
Era uma manifestação do respeito dos devotos de Nossa Senhora do Amparo, subir a colina sagrada e com suas vassouras de piaçava lavavam a igreja e as escadarias. A Lavagem sempre ocorre, o que  foi incrementado foi o cortejo e a manifestação cultural com raízes de matrizes africanas.
 Em 1964 segundo Nely Paixão, 2006, em Valença já realizava a lavagem com o sincretismo religioso e o cortejo de Baianas. Nesta data já tinha a balaustradas construída na gestão de Dr Heitor Guedes de Melo, isso fez com que  mais devotos viessem a festa e ao  mirante admirar a cidade de Valença. 
Com a pavimentação  a Brokets no ano de 1978 , na gestão de João Leonardo da Silva, a festa foi implementada e recebeu maior apoio criando a lavagem aos moldes da lavagem do Bonfim em Salvador. E Otavio Mota grande ativista da cultura local juntamente com Mãe Mira, Naziozete, Celidalva, dentre tantos outros grandes dos terreiros de Valença deram a grandeza da lavagem e a cada ano era uma festa sem igual.
As Quartinhas eram uma arte a parte, especialmente as  de Mãe Mira ( sacerdotisa afro). Contam muitos que lembram a festa, bem como, as fotos doadas pela Senhora Tutuí, esposa do Saudosos  João Cardoso comprovam, que as  quartinhas eram  confeccionadas de forma  artesanal,  com uso de   conchas coladas uma a uma depois pintas e betumadas. Fiquei sabendo de algumas Mães de Santo que conheceu o trabalho de Mãe Mira elas dissem: as moringues eram pintadas e confeccionadas 06( seis) meses antes da festa. Conforme observei nas fotos doadas por D. Tutuí  tinhas quartinhas douradas e prateadas. Eram de uma beleza única e com alças,  adornada com flores coloridas, a palma de Santa Rita, a Angélica e a água de cheiro.
A Festa de hoje percebi que fizeram um trabalho lindo pintando as quartinhas.
A Festa de Valença é uma das três maiores do estado. Vamos fazer com que a patrimonialização cultural da festa ocorra, para que integre o calendário cultural do Estado e todos os anos nossa cidade tenha a sua tradição mantida e respeitada como manifestação cultural do estado da Bahia.
Eu sou a favor da  patrimonialização da festa do Amparo. Sua História, sua cultura, sua memoria e suas lendas não devem morrer, mas mantidas como legado da Identidade do povo e da região do Baixo Sul.

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