O CORTEJO E A LAVAGEM DO AMPARO: PELA
PATRIMONIALIZAÇÃO DA FESTA
A lavagem da Igreja de Nossa Senhora do Amparo de Valença- Bahia tem mais de 200 anos de tradição iniciada
pelos operários da Fabrica Nossa Senhora do Amparo – conhecida atualmente como
Fabrica CVI.
Era uma manifestação do respeito dos devotos de Nossa Senhora
do Amparo, subir a colina sagrada e com suas vassouras de piaçava lavavam a
igreja e as escadarias. A Lavagem sempre ocorre, o que foi incrementado foi o cortejo e a
manifestação cultural com raízes de matrizes africanas.
Em 1964 segundo Nely Paixão,
2006, em Valença já realizava a lavagem com o sincretismo religioso e o cortejo
de Baianas. Nesta data já tinha a balaustradas construída na gestão de Dr
Heitor Guedes de Melo, isso fez com que
mais devotos viessem a festa e ao
mirante admirar a cidade de Valença.
Com a pavimentação a
Brokets no ano de 1978 , na gestão de João Leonardo da Silva, a festa foi implementada
e recebeu maior apoio criando a lavagem aos moldes da lavagem do Bonfim em
Salvador. E Otavio Mota grande ativista da cultura local juntamente com Mãe
Mira, Naziozete, Celidalva, dentre tantos outros grandes dos terreiros de
Valença deram a grandeza da lavagem e a cada ano era uma festa sem igual.
As Quartinhas eram uma arte a parte, especialmente as de Mãe Mira ( sacerdotisa afro). Contam muitos
que lembram a festa, bem como, as fotos doadas pela Senhora Tutuí, esposa do Saudosos
João Cardoso comprovam, que as quartinhas eram confeccionadas de forma artesanal, com uso de conchas coladas uma a uma depois pintas e
betumadas. Fiquei sabendo de algumas Mães de Santo que conheceu o trabalho de
Mãe Mira elas dissem: as moringues eram pintadas e confeccionadas 06( seis)
meses antes da festa. Conforme observei nas fotos doadas por D. Tutuí tinhas quartinhas douradas e prateadas. Eram
de uma beleza única e com alças,
adornada com flores coloridas, a palma de Santa Rita, a Angélica e a
água de cheiro.
A Festa de hoje percebi que fizeram um trabalho lindo
pintando as quartinhas.
A Festa de Valença é uma das três maiores do estado. Vamos
fazer com que a patrimonialização cultural da festa ocorra, para que integre o
calendário cultural do Estado e todos os anos nossa cidade tenha a sua tradição
mantida e respeitada como manifestação cultural do estado da Bahia.
Eu sou a favor da
patrimonialização da festa do Amparo. Sua História, sua cultura, sua
memoria e suas lendas não devem morrer, mas mantidas como legado da Identidade
do povo e da região do Baixo Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário